Nesta quarta-feira (23), o delegado Dr. Ronaldo Binoti Filho, da Polícia Judiciária Civil em Juína, ao Noroeste de Mato Grosso, concedeu entrevista sobre o caso em que um homem envenenou sua ex-companheira no último domingo (20), data simbólica da Páscoa. O suspeito, identificado como José Nilton Vital da Silva, de 54 anos, foi preso preventivamente após investigações que comprovaram a tentativa de feminicídio.
Na manhã de domingo, a vítima, de 54 anos, foi internada após apresentar sintomas de envenenamento.
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O delegado Dr. Ronaldo Binoti explicou que, após as diligências realizadas na terça-feira (devido ao feriado), a polícia confirmou a tentativa de feminicídio. "Com base nos depoimentos, isolamos o suspeito, já que ele era a única pessoa com a vítima no momento do crime", afirmou.
Segundo o delegado, a vítima tomou uma primeira xícara de café sem problemas, mas a segunda estava envenenada. Imediatamente após beber, ela começou a passar mal, ficou trêmula e pediu socorro. O suspeito, no entanto, fingiu também ter ingerido o café, dizendo "estou morrendo!", mas não apresentou nenhuma reação. "Foi uma encenação para tentar justificar o crime", destacou Binoti.
O suspeito não procurou ajuda médica, e a polícia, após ouvir oito pessoas, incluindo ele próprio, solicitou sua prisão preventiva. O pedido foi deferido em menos de 24 horas. "Agradecemos ao Ministério Público e ao Poder Judiciário pela agilidade", disse o delegado.
Motivação do crime
A investigação apontou que o crime foi motivado pelo fim do relacionamento. O acusado, que é alcoólatra e enfrentava crises devido ao vício, não aceitava a separação. "Ele achou que envenenando a esposa resolveria seus problemas", explicou Binoti.
A vítima foi liberada do hospital no mesmo dia, após medicação e também vomitar a substância tóxica. Ela está sob cuidados da família, enquanto a polícia aguarda os resultados dos exames para identificar o veneno utilizado.
"Foi uma tentativa de feminicídio extremamente grave, um crime que não vemos com frequência", ressaltou o delegado. Com a conclusão do inquérito, o caso será encaminhado à Justiça para continuidade do processo penal.
Na delegacia, o acusado negou o crime e disse que também bebeu do mesmo café da vítima.