O policial militar Jackson Pereira Barbosa foi alvo da Operação Office Crime - O Elo, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (8), por suspeita de intermediar o assassinato do advogado Renato Gomes Nery, morto a tiros há nove meses na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá. Há cinco dias, Jackson foi afastado do cargo após ser flagrado agredindo um homem com uma barra de ferro em Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá.
O g1 tenta contato com a defesa do militar.
Além disso, há três anos, o militar foi preso durante a ‘Operação Simulacrum’, que investigou mais de 60 policiais suspeitos de matar 24 pessoas e simular confronto, na região metropolitana de Cuiabá. Na época, a investigação apurou que os policiais contavam com a atuação de um colaborador que atraía interessados na prática de furtos e roubos, para o grupo ter um pretexto para matá-los.
A polícia informou que mandados de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares, foram cumpridas na casa do investigado, que mora em um condomínio de luxo. Conforme o boletim de ocorrência, o alvo é investigado por indícios de participação na intermediação e possível mando do crime da morte do advogado.
A corporação disse ainda que, nesse mesmo condomínio, outros investigados já haviam sido alvo de buscas em novembro do ano passado, durante outra operação.
Há cinco dias, Jackson e mais três policiais militares foram afastados do cargo após serem flagrados agredindo um homem com uma barra de ferro, em Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá. Até o momento, não há informações sobre o estado de saúde do homem.
Vídeos registrados por pessoas que passavam pelo local mostram os militares próximos ao homem, que está no chão, enquanto um deles pratica a agressão.
Em nota, PM informou que determinou o afastamento imediato dos envolvidos na ocorrência e que foi aberto um procedimento administrativo na Corregedoria-Geral da instituição para investigação.
Preso em operação
Em março de 2022, Jackson foi preso durante uma operação da Polícia Civil que investigava mais de 60 policiais militares suspeitos de matar 24 pessoas e simularem confronto, na região metropolitana de Cuiabá.
De acordo com as investigações, na época, os militares envolvidos contavam com a atuação de um colaborador que atraía interessados na prática de furtos e roubos, para o grupo ter um pretexto para matá-los.
A intenção seria promover o nome dos policiais envolvidos e dos batalhões, como o da Ronda Tático Ostensiva Móvel (Rotam), Batalhão de Operações Especiais (Bope), Força Tática e 1º Comando Regional, na época em que ocorreram os supostos confrontos.
Assassinato de Renato Nery
Renato foi baleado quando chegava no escritório dele, em julho de 2024. Segundo a Polícia Civil, o atirador já estava esperando pelo advogado e, após atirar, fugiu do local em uma moto.
Uma câmera de segurança registrou o momento em que Renato caminha até a porta do escritório, é atingido pelos disparos e cai no chão (veja acima).
O delegado Bruno Abreu Magalhães disse que a perícia colheu informações no escritório da vítima e analisou imagens para tentar identificar o atirador. O celular de Renato também foi apreendido.
"É um caso de execução. Esse executor já estava esperando a vítima. Ele [advogado] sai do carro e quando chega próximo ao escritório é atingido", disse o delegado.
O advogado morreu um dia após ser baleado. O corpo dele foi sepultado em Cuiabá, na manhã do dia 7 de julho. Familiares e amigos prestaram as últimas homenagens.
Ele foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso (OAB-MT) e conselheiro Federal da OAB, na gestão 1989 – 1991.
Fonte: G1 MT